terça-feira, outubro 17, 2006

A Hora da Partida

A hora da partida soa quando
Escurecem o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
As árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Hoje sinto um frio estranho dentro de mim... mas as árvores não estão inspiradas, o jardim não está escuro, ainda não está na tua hora...
Disseram-me ontem que pouco falta para partires e eu ainda não tive coragem... perdoa-me...
É injusto pedir que fiques, é injusto pedir para lutares com todas as tuas forças, que são tão poucas... é injusto culpar-te do que me fizeste, se tudo o que fizeste foi para me poupar. É injusto o que está a acontecer...
Hoje levanto-me, louvo-te e bato palmas pois és uma grande mulher.
Tenho frio... por favor, deixa-me cometer uma injustiça e pedir-te só mais um dia...

2 comentários:

Castanha disse...

Que dizer?
Beijo grande amiga!

Narizinha disse...

Que dizer? Nada... simplesmente nada...
Obrigada amiga Castanha.
Bjs